• Brasileiros desbravam cultura de medicina tradicional chinesa na Província de Gansu da China

    Trícia Ribeiro Santos Porto, uma amadora da medicina chinesa

    Trícia Ribeiro Santos Porto, que trabalha em um banco no Brasil, também nutre uma paixão especial: a acupuntura.

    Como aluna do curso clínico de medicina tradicional chinesa (MTC), ela viajou para a Província de Gansu, no noroeste da China, para aprofundar seus conhecimentos na área e, assim, contribuir para que seus familiares e amigos conheçam e se beneficiem ainda mais dessa prática milenar.

    O programa de treinamento clínico em MTC para profissionais brasileiros foi realizado na semana passada, no Hospital Afiliado da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Gansu. O evento, com duração de seis dias, integra a 3ª edição do grupo de estudo da Escola Nacional de Acupuntura do Brasil, composto por 14 participantes.

    Entre eles, estão médicos com mais de 20 anos de experiência que atuam com medicina chinesa em seu país e jovens pesquisadores interessados na integração das práticas ocidentais e orientais e entusiastas como Trícia.

    Inicialmente, o interesse de Trícia pela medicina chinesa surgiu para ajudar sua família. Sua irmã sofria muito com dores nas costas e, por acaso, um acupunturista brasileiro conseguiu aliviá-la de forma eficaz. Impressionada com o resultado, Trícia decidiu aprender a técnica.

    "Com milhares de anos de tradição, acredito que os métodos da medicina chinesa são mais suaves e naturais," disse ela. Atualmente, Trícia aplica acupuntura em seus familiares e amigos, além de recomendar outros tratamentos da MTC, ampliando o acesso e os benefícios desta prática.

    Desde 2019, com a criação conjunta da base de cooperação China-Brasil de MTC em São Paulo, já foram realizadas três edições da semana da cultura da MTC, que já capacitaram mais de 50 médicos brasileiros na área.

    "É gratificante ver que práticas como acupuntura, tuina e o uso de ervas medicinais estão sendo cada vez mais incorporadas ao cotidiano dos brasileiros, fortalecendo os laços culturais entre China e Brasil", afirmou Wu Bing, secretário do partido do hospital afiliado.

    O atual curso clínico de capacitação combinou aulas teóricas, prática clínica e experiências culturais para apresentar integralmente o sistema teórico e as técnicas diagnósticas da MTC.

    Durante o treinamento, os participantes vivenciaram sessões práticas nos departamentos de acupuntura, tuina, reabilitação, oncologia e pediatria, além de participarem de atividades que exploraram a cultura e os métodos tradicionais chineses.

    Luiz Gustavo Mesquita Lima, diretor escolar da Escola Nacional de Acupuntura do Brasil, destacou que a China evolui a passos largos -- embora as raízes da MTC permaneçam inalteradas, processos como a fabricação de remédios se modernizaram.

    Em Gansu, os alunos brasileiros acompanham atentamente de perto os professores enquanto aprendem o processo tradicional de preparar medicamentos chineses. "Se você quer se tornar um médico de MTC, precisa, ao menos, ver como os profissionais chineses atuam", disse ele.

    Luiz contou que chegou à China há dez anos para estudar medicina tradicional chinesa, dedicando um ano inteiro a essa experiência formativa, que o transformou num verdadeiro desbravador da cultura da MTC. De volta ao Brasil, ele tem, por meio da docência, promovido essa cultura de forma contínua há uma década.

    "Quero derrubar barreiras. Mesmo que as pessoas estejam acostumadas aos métodos consagrados, pretendo, com minha experiência em MTC, divulgar e esclarecer seus benefícios", afirmou.

    Ele observou que, nos últimos anos, os brasileiros têm buscado tratamentos mais suaves, alterando sua percepção sobre o uso de medicamentos. Cada vez mais, há um interesse crescente em ervas, acupuntura e outros conhecimentos da MTC.

    Por meio deste programa, o hospital pretende aprofundar ainda mais a troca de conhecimentos e experiências com o Brasil, impulsionando a internacionalização da MTC e expandindo seus benefícios para um número cada vez maior de pessoas.

    Como uma das bases nacionais para exportação dos serviços de MTC, o hospital tem firmando parcerias com instituições de 12 países, incluindo Quirguistão e Hungria, organizando duas conferências internacionais e lançando 38 edições de programas de treinamento, que já formaram mais de 600 alunos estrangeiros.

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